O dia 14 de fevereiro ficará para sempre marcado na nossa memória e na nossa história. Foi o dia em que começámos a criar a ESTAR. As ideias fervilhavam, vinham umas atrás das outras e começámos a constatar que tínhamos muito para fazer. Essa noite foi a primeira de muitas em branco. Pesquisas, leituras, bater a portas, telefonemas e contactos. Bater a mais portas.
Falar, ler, pensar e assim começámos a desenhar aquilo que seria hoje a ESTAR. Lemos no olhar de muitos o descrédito ao mesmo tempo que ouvíamos palavras de encorajamento. Vimos portas a fechar. Vimos portas a nunca abrir. Vimos braços abertos. Vimos oportunidades que aproveitámos. Vimos também sorrisos que escondiam desvalor e vimos olhares atentos e impulsos oportunos. Sabíamos que íamos trilhar um caminho duro, com um investimento pessoal enorme, também porque iríamos criar algo novo, não havendo evidências nem números para mostrar. A única coisa que tínhamos era vontade e determinação e essa traria as evidências que procurávamos mostrar. Dois meses depois, constituíamos formalmente a ESTAR e dois meses depois apresentávamos publicamente aquilo que queríamos fazer. A ESTAR é uma Plataforma de Apoio Logístico disponível para trabalhar com entidades, instituições e diretamente com a comunidade. Em quase 4 anos de existência demos resposta a mais de 600 pedidos de apoio de entidades como a Segurança Social, Cáritas Diocesana de Beja, Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, Câmaras Municipais do distrito, Juntas e Uniões de Freguesia, as mais variadas Instituições Particulares de Solidariedade Social, Banco Alimentar Contra a Fome, entre muitas outras. A lista é longa e o que mais nos orgulha é que, do total dos pedidos, só não conseguimos corresponder a 1%. Pedidos de bens alimentares, mobiliário, eletrodomésticos, produtos de higiene, produtos de limpeza, artigos de puericultura, equipamentos técnicos e medicamentos. A ESTAR faz o seu caminho e tem muito para dar. Principalmente porque estamos atentas à realidade local, nacional e mundial e porque não baixamos os braços enquanto houver pessoas e instituições que todos os dias nos mostram que afinal fazemos falta.