Com o tempo, e como sempre, a verdade virá à tona. Existem muitos pontos a lamentar nesse processo, mas o maior deles é a mentira, ou a falta de verdade, como preferirem chamar.
A cidade de Beja enfrenta sérios problemas, que não são maiores porque estamos no terreno 24 horas por dia. Além de retirar das ruas pessoas em situações dramáticas, trabalhamos para recuperar e integrá-las, com o apoio de diversas instituições. O trabalho em rede tem sido desafiador para a ESTAR, mas, como nunca nos assustaram obstáculos, os resultados têm sido sempre positivos.
Desde a nossa criação que temos falado em vários fóruns – nas redes sociais, em entrevistas e reuniões – sobre a criação do Complexo ESTAR, com soluções que já existem na nossa Associação e outras que surgirão conforme as necessidades do terreno. Não somos uma instituição cristalizada, estamos em constante adaptação, e sabemos que temos muito trabalho pela frente, enquanto existirem famílias e cidadãos vulneráveis, sejam eles imigrantes ou nacionais. Afinal, ninguém está imune a ter a vida destruída por diversas razões, e há muitos motivos que levam as pessoas a procurar os nossos serviços. Não é por acaso que 90% das famílias beneficiárias do Projeto MARMITA são nacionais. Mas a desinformação espalha-se com facilidade, especialmente em cabeças que preferem evitar o esforço do raciocínio. E muito do que se diz e escreve não poderia estar mais longe da realidade.
O racismo, a xenofobia e a falta de humanidade estão presentes nos nossos dias. Optamos por não responder a comentários depreciativos nas redes sociais, mas isso tem seu preço. Não fazemos questão de alimentar discussões, mas não podemos ignorar argumentos falsos e ridículos usados para assinar abaixo-assinados contra algo que sequer foi pesquisado. Podemos dar os exemplos dos CAES 2.0 existentes em Faro e Braga como soluções válidas para a comunidade no geral e para os beneficiários em particular e que marcam a diferença para melhor nas comunidades onde estão inseridos.
As notícias falsas são perigosas, principalmente quando têm o objetivo de manchar nossa imagem, gerar pânico e desconfiança, como ocorreu connosco, resultando em ameaças de morte.
Infelizmente, quem nos quer mal parece estar mais unido do que nunca, mas seria melhor que todos se unissem em defesa da dignidade humana. Por exemplo, exigindo o encerramento de casas sobrelotadas, antigas pensões e prédios devolutos, onde dezenas de pessoas viveram e vivem sem condições mínimas, em pleno centro da cidade. Mas isso não gera polémica, e o que importa é criticar quem procura soluções para a cidade. Os espaços mais problemáticos da cidade foram encerrados e outros se seguirão por mão da ESTAR mas este é um trabalho invisível e muito digno mas outros valores se levantam e motivam este movimento contra nós. É lamentável que Beja continue a ser Beja, que apesar de ser um “lugar maravilhoso para se viver” isso não interessa a todos, vá-se lá saber porquê.
Deixo um último ponto: o que fazemos é, e sempre será, para o bem da comunidade. Continuamos de portas abertas, com a cabeça erguida, e o espírito de missão voltado para aqueles que não têm voz e são invisíveis para muitos. Estamos aqui por e para todos vocês.
Estamos aqui!