A ESTAR trabalha muito próximo da comunidade imigrante. As críticas são muitas de uma comunidade que sofre também da “descaracterização” da sua cidade que é resultado, tal como muitas outras do país, da entrada desmesurada de pessoas de mochila à costas que não vêm garantidamente fazer turismo. Não concordamos com isto. Mas quem pode concordar?
Nós já não pedimos empatia e compreensão para esta franja que está tão vulnerável como uma ferida ferida aberta porque para isso é preciso trabalhar diretamente com todos eles diariamente, criar laços, compreender o caminho que fizeram até aqui chegar. Vêm porque a pobreza e corrupção dos seus países é incontrolável, interessando também aos seus governos manter o povo pobre e carente das necessidades básicas. Temos conhecido as histórias de vida, os seus percursos, o quão difícil é alimentar a família com 7€ ou 10€ euros por semana. Mas nós não pedimos que se perceba esta realidade porque assumimos para nós a carga emocional, física e psicológica de cada história.
Mas pedimos às empresas, às entidades com conhecimentos e logística para que nos contacte quando precise de pessoas para trabalhar. Temos soldadores, serralheiros, pedreiros, serventes, pintores, empregados de mesa, temos miúdos de 19 anos com vontade de aprender tudo e com um sentimento de gratidão grande porque olhámos para eles e quisemos perceber porque vieram, como vieram, o que sabem fazer e quais as aspirações e o quanto querem contribuir para a comunidade onde estão inseridos. São pessoas que nos ajudam em todos os momentos que precisamos, mesmo quando o banho não existe há três dias, mesmo quando o trabalho no campo lhes deixa marcas permanentes, mesmo que o cansaço das pernas os traia e os deixe cair mesmo à nossa frente.
Muitos não estão a trabalhar. Alguns estão e são explorados como nunca imaginámos acontecer no nosso país, na nossa cidade.
Nós sabemos que é muito difícil compreender porque fazemos o que fazemos, porque fica a sensação de que alimentamos o problema mas para saber é preciso ESTAR e ouvir-nos dizer diariamente a mais de 40 pessoas novas que não podemos ajudar quem chega novo, damos a comida para o dia mas não para o dia seguinte e incentivamos a procurar ajuda noutras cidades, inclusivamente pagamos bilhetes de autocarro para que possam ir.
Apesar de sabermos que é difícil compreender e ver mas a ESTAR trabalha arduamente para manter o equilíbrio desta situação que veio para ficar. E é bom que as pessoas se mentalizem que veio para ficar dê o governo as voltas que der porque a imigração ilegal dá dinheiro a ganhar a muita gente.
Como referimos anteriormente, não aceitamos pessoas novas mas temos muitas, válidas, educadas, com bons princípios, e com experiência profissional em várias áreas que precisamos retirar do trabalho ESCRAVO do campo ou empregar porque há meses que não encontram quem queria apostar neles porque são imigrantes e por uns pagam os outros.
Precisamos da ajuda de todos, até que os patrões agrícolas se mentalizem que não precisam de empresas de “trabalho temporário”, que precisam criar condições dignas nas suas herdades para acolher trabalhadores porque a agricultura precisa dos imigrantes e já não estamos no século XIX para que se olhe para o lado perante a gravidade a que assistimos diariamente nos campos agrícolas.
Precisamos de vocês para fazer ver esta realidade junto de quem pode ajudar.
Partilhem. Ajudem.
Se não concordarem não compliquem a vida de quem dá 24 horas do seu dia a esta causa que faz mais falta do que alguém consegue imaginar.
Obrigada!